239. favoritos do 1.º semestre
Um recap da primeira metade do ano, com livros, comida, música, beleza e uns quantos aleatórios.
Junho voou, mas esta metade de 2025 não me parece ter passado assim tão rápido, apesar do tanto que aconteceu. À semelhança do que fiz noutros anos, decidi aproveitar a mudança de semestre para falar um bocadinho sobre as impressões que este ano tem deixado, assim como deixar alguns dos favoritos do ano até ao momento.
No início do ano fiz o exercício de tentar escolher o mote para 2025 e a palavra que me surgiu foi trabalho. A verdade é que tem sido um ano com muito trabalho e que tem exigido muito nessa área. Felizmente, também tem sido um ano com muitas saídas e atividades culturais: já fui a três sessões na Biblioteca Municipal de Matosinhos (com a Rita da Nova, o Hugo Gonçalves e a Madalena Sá Fernandes), fui às apresentações dos livros da Rita, da Lénia Rufino e da Mafalda Santos, fui a uma sessão do Torel Book Club, com a Maria Isaac, a Íris Bravo e a Susana Amaro Velho, vi Hotel, o podcast do Luís Franco-Bastos, ao vivo, fui ao Festival LEV - Literatura em Viagem, assisti à Fnac Talk da Capicua, fui a nove concertos (Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Amália Hoje, Bispo, Pedro Sampaio, Capicua, Carolina de Deus, Richie Campbell, David Fonseca e GNR).
Tem sido um ano cheio, com tanto a acontecer na vida e no mundo, que não tem havido muito tempo para parar. Para a segunda metade do ano já há mais concertos agendados, haverá Feira do Livro e mais uma mudança.
Os objetivos para 2025
Com alguns imprevistos que foram acontecendo, já olhei algumas vezes para a minha lista de objetivos de forma a perceber se terei de mexer em alguns deles. Para já, aquilo que cumpri realmente foi refazer o meu portefólio, algo que andava a adiar e que acho importante atualizar sempre que é necessário.
Dos restantes, não acho que vá conseguir reduzir tanto a minha TBR quanto queria porque, apesar de não haver nenhum descontrolo, a verdade é que também ainda não a abati assim tanto visto que vou lendo outras coisas e comprando livros novos. Tenho um desafio no Storygraph para ir acompanhando mais facilmente a percentagem de livros lidos tento em conta todos os que tinha para ler no dia 1 de janeiro e vou em 21% lidos, o que não é péssimo, mas para um objetivo de ler 60% até ao fim do ano parece-me que tenho de ajustar expectativas. Tenho, isso sim, juntado sempre 1€ quando acabo um livro, o que me deixa um orçamento confortável para a Feira do Livro, e já terminei dois dos quatro livros que comecei em 2024.
Também on the making estão os objetivos de enviar semanalmente a newsletter e de reescrever o livro, este último não tão avançado como gostaria, mas a melhorar. Não sei se vou conseguir fazer tatuagens este ano, mas estou a conseguir, melhor ou pior, ir juntando dinheiro na poupança, por isso acabo por sentir que estou a conseguir outras coisas mais importantes. Nesta segunda metade do ano quero mesmo fechar os objetivos mais importantes.
Os favoritos do 1.º semestre
Livros
Apesar do Sangue, de Rita da Nova
Filho do Pai, de Hugo Gonçalves
Filho da Mãe, de Hugo Gonçalves
Silêncio No Coração dos Pássaros, de Lénia Rufino
O Caderno Proibido, de Alba de Céspedes
Comida
O restaurante Subenshi;
A francesinha do Capa na Baixa;
A receita aprimorada de sopa de cenoura e abóbora;
O regresso temporário (infelizmente) dos Gouda Rings do Burger King;
O pain au chocolate e o muffin de nuts & cream da padaria do Continente.
Beleza
A paleta de sombras Born This Way, da Too Faced;
A paleta de sombras Appley in Love, da Too Faced;
as Bronzing Grops Key Largo Glow, da Tarte;
O Melting Balm Cleanser, da Byoma;
O Hoola Matte, da Benefit.
Música
O álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS, do Bad Bunny;
O álbum Um Gelado Antes do Fim do Mundo, da Capicua;
O álbum Um Brinde ao Agora, da Nena;
O álbum Lusa: Ato I, da Bárbara Bandeira;
As músicas novas dos Dealema.
Concertos
Orquestra do Porto Casa da Música no concerto solidário da LPCC;
Bispo do Coliseu do Porto;
Capicua na Casa da Música;
Pedro Sampaio no Super Bock Arena;
David Fonseca na Maia.
Aleatórios
Curso “O Que Faz um Bom Livro?”, com a Maria do Rosário Pedreira, organizado pelo Plano Nacional de Leitura;
O rolo de fotografias revelado, para a seguir comprar logo outro;
O filme Ainda Estou Aqui;
A Lady no Porto, sempre;
O São João, sempre.
Esta semana no daylight
A semana começou em modo São João e, por isso, escrevi sobre o Porto, embalada por um livro do Germano Silva — Porto: Nos Recantos do Passado;
Meti a escrita em dia e escrevi sobre as mil coisas que têm acontecido na minha vida nos últimos meses, numa espécie de life update que ninguém pediu, mas eu quis dar;
Por fim, escrevi sobre um dos livros de que mais gostei este ano, o Maybe You Should Talk to Someone, da Lori Gottlieb.
A viver nas páginas de…
A Árvore Mais Sozinha do Mundo, de Mariana Salomão Carrara
Acho que ganhamos muito com esta vaga de publicação de autores brasileiros em Portugal. Era frustrante quando, há uns anos, víamos os criadores de conteúdos brasileiros recomendar livros de autores que não conseguíamos ler cá e, cada vez mais, isso tem mudado.
Desde que a Mariana Salomão Carrara foi publicada cá, no final do ano passado, fiquei curiosa, uma vez que ouvia tantas opiniões positivas. Ainda não tinha tido oportunidade de a ler, mas A Árvore Mais Sozinha do Mundo foi escolhido pela Rita como livro do mês do Clube do Livra-te e pareceu-me a desculpa certa para comprar o livro.
A sinopse do livro diz:
«Eles sabem tanto de amor, o amor tem dessas coisas, que é manter viva do lado de casa uma árvore venenosa que só quer acabar de viver.»
No núcleo, temos uma família, força motriz dos grandes livros: os pais, Carlos e Guerlinda, extenuados pelo trabalho numa plantação de tabaco; e os filhos, Alice, Maria e Pedro, já com as vidas dedicadas à lavoura e envenenadas pelos pesticidas. São fumicultores, vivem esquecidos pelo mundo e lutam para sobreviver à escassez de tudo e ao colapso climático.
Num desfile de desgraças-doenças-infortúnios, mas também de sonhos-desejos-vitórias, subvertem-se códigos de leitura e desvelam-se a pouco e pouco os narradores inanimados deste romance, que fazem companhia a personagens maiores que a vida. Movidos pelo amor, o assunto mais sério desta história, juntos conduzem o leitor até ao «outro lado do espelho», um lugar de sonho e pesadelo.
Formalmente arrojado, socialmente incómodo, literariamente primoroso: A árvore mais sozinha do mundo confirma Mariana Salomão Carrara como uma escritora ao mesmo tempo clássica e inventiva, que desafia o cânone e o integra na perfeição.
Coisas que iluminaram a semana
O São João é a minha época preferida do Porto e o deste ano não foi exceção. Estava muito entusiasmada por ver os meus amigos viverem o São João pela primeira vez e tenho de admitir que tiveram muita sorte: foi o fogo de artifício mais espetacular a que assisti.
Até para a semana,