Ser um canivete suíço tem tanto de gratificante quanto de frustrante. Eu costumo dizer que sei um pouco de tudo, mas não sei muito de nada.
Licenciei-me em Comunicação de Design Multimédia, fiz mestrado em Jornalismo e Comunicação, estagiei como design numa agência, depois como assessora de comunicação num teatro, depois como marketeer numa loja de chás, agora estou como designer numa empresa de material elétrico. E pelo meio disso tudo, muitas lojas de shopping e cafés. O que é que eu sei? De tudo um pouco: sei design, fotografia, videografia, seo, redação, css, gestão de redes, atendimento ao cliente, como preparar toda uma panóplia de bebiads à base de chá e de café, como fazer um semifrio na Yammi, como cortar as unhas aos gatos, como plastificar, encadernar, encapar todo o tipo de coisas, como dobrar uma camisa, como -
Enfim, muita coisa. Mas sou especializada em alguma coisa? Tenho uma alguma competência tcha-ram que faça os recrutradores pensarem: é exatamente disto que a gente precisa? Não. Significa, também, que parece que estou constantemente a ter de pesquisar, aprender, desenrascar, para fazer coisas que, para malta com experiência a sério, seriam básicas.
Mas sabes que mais? Tem um lado bom. O trabalho não é tão aborrecido. Não estamos 8h a fazer a mesma coisa. Quantos profissionais podem dizer isso? :)
Percebo muito bem a tua frustração neste post. Acho que, mais do que canivete suíço, frustra imenso isso não ser devidamente recompensado, já que, em Portugal, fazeres bem uma função significa que és recompensada com mais trabalho. Eu que o diga, que estou há seis meses a trabalhar em duas funções (quando é que vem a colega nova? Lol) e só sou aumentada por decreto. É mesmo muito frustrante. Não é que as funções sejam difíceis mas, de repente, és responsável por TUDO no teu local de trabalho, desde os telefonemas ao papel higiénico, e o dinheiro tá no crl como dizia a outra. Tens toda a minha empatia, percebo-te perfeitamente.
Tenho andado a pensar nese texto desde que o li há semanas atrás e acho que cheguei finalmente ao que penso.
Acho que ser especializado numa área pode ser o caminho para subir como especialista externo - imagino-me a contratar a melhor pessoa para fazer X.
Mas dentro de uma organização, acho que é um mix entre ser um canivete suíço e pensar na organização num todo, como alguém que está a pensar não só na sua tarefa, mas no impacto total do projeto. Assim dito à liberal, pensar como um gestor e não como um técnico, ou aquela conversa do "managing up".
Ser um canivete suíço tem tanto de gratificante quanto de frustrante. Eu costumo dizer que sei um pouco de tudo, mas não sei muito de nada.
Licenciei-me em Comunicação de Design Multimédia, fiz mestrado em Jornalismo e Comunicação, estagiei como design numa agência, depois como assessora de comunicação num teatro, depois como marketeer numa loja de chás, agora estou como designer numa empresa de material elétrico. E pelo meio disso tudo, muitas lojas de shopping e cafés. O que é que eu sei? De tudo um pouco: sei design, fotografia, videografia, seo, redação, css, gestão de redes, atendimento ao cliente, como preparar toda uma panóplia de bebiads à base de chá e de café, como fazer um semifrio na Yammi, como cortar as unhas aos gatos, como plastificar, encadernar, encapar todo o tipo de coisas, como dobrar uma camisa, como -
Enfim, muita coisa. Mas sou especializada em alguma coisa? Tenho uma alguma competência tcha-ram que faça os recrutradores pensarem: é exatamente disto que a gente precisa? Não. Significa, também, que parece que estou constantemente a ter de pesquisar, aprender, desenrascar, para fazer coisas que, para malta com experiência a sério, seriam básicas.
Mas sabes que mais? Tem um lado bom. O trabalho não é tão aborrecido. Não estamos 8h a fazer a mesma coisa. Quantos profissionais podem dizer isso? :)
Tenho de discordar da tua crença de canivete suíço. Irónico para quem fez um doutoramento numa área, eu sei.
Mas a verdade é que a especialização nos impede de ver oportunidades que são bem mais interessantes.
E o David Epstein no seu livro Versátil concorda comigo e justifica porquê. Recomendo muito!
Percebo muito bem a tua frustração neste post. Acho que, mais do que canivete suíço, frustra imenso isso não ser devidamente recompensado, já que, em Portugal, fazeres bem uma função significa que és recompensada com mais trabalho. Eu que o diga, que estou há seis meses a trabalhar em duas funções (quando é que vem a colega nova? Lol) e só sou aumentada por decreto. É mesmo muito frustrante. Não é que as funções sejam difíceis mas, de repente, és responsável por TUDO no teu local de trabalho, desde os telefonemas ao papel higiénico, e o dinheiro tá no crl como dizia a outra. Tens toda a minha empatia, percebo-te perfeitamente.
Tenho andado a pensar nese texto desde que o li há semanas atrás e acho que cheguei finalmente ao que penso.
Acho que ser especializado numa área pode ser o caminho para subir como especialista externo - imagino-me a contratar a melhor pessoa para fazer X.
Mas dentro de uma organização, acho que é um mix entre ser um canivete suíço e pensar na organização num todo, como alguém que está a pensar não só na sua tarefa, mas no impacto total do projeto. Assim dito à liberal, pensar como um gestor e não como um técnico, ou aquela conversa do "managing up".