218. well, it’s groundhog day… again.
marmotas, planos de fevereiro e fotografar em analógico.
Esperávamos, desejámos, conseguimos. Vitória. É fevereiro!
Não que haja grandes planos para este mês, mas janeiro arrastou-se de tal forma que já não aguentava mais olhar para a agenda e perceber que ainda estava no mesmo mês. No dia 20 estava pronta a mostrar a TBR para fevereiro, no dia 25 já tinha o orçamento de fevereiro feito. Que raio de atitude é esta, janeiro? Pareces aquelas visitas que não sabem ir embora a horas decentes.
Quando janeiro finalmente decidiu deixar fevereiro chegar já tinha de fazer um esforço de memória para me lembrar de tudo o que tinha feito ao longo dos últimos 811 dias, ou lá quantos dias teve este mês. Só que, entretanto, também fiz o exercício habitual de ir ver como estamos de objetivos do ano, planos para o mês, poupanças e afins e pareceu-me logo que fevereiro não vai chegar para tanta coisa. É curioso agora achar janeiro tão penoso e demorado quando, há uns anos, era um mês em que gostava da pacatez dos dias — janeiro era o mês de parar e de estar por casa, o mês dos dias passados à lareira, de estabelecer bases para o novo ano.
Mas cá estamos em fevereiro e sinto que é para aí o quinto ou sexto mês seguido em que começo a dizer que vai ser um mês cheio de trabalho. Mas a verdade é que é. Esta semana, na terça-feira, dia 4, assinala-se o Dia Mundial do Cancro e, com ele, vários eventos. Fora ele mais outros tantos eventos. Acabamos de preparar um e já temos outro em espera. De todos eles, aquele de que acho que vou gostar mais será o concerto na Casa da Música, com a Orquestra, onde se irão tocar músicas que fazem parte da banda sonora de filmes.
Quando me vejo com a agenda tão cheia de tantas coisas de trabalho confesso que há algo em mim que se revolta e quer usar o espaço que sobra para planos fora do trabalho. Também te acontece? Como se com muito trabalho tivesses necessidade de arranjar mais planos na vida para compensar ou para ofuscar o trabalho extra. Ainda assim, os meus planos extra trabalho são mais marcar a revisão do carro e trabalhar em coisas de escrita. Não sei se conta muito bem para o objetivo de ofuscar o trabalho extra.
Para já, começo fevereiro a torcer para que, mesmo que a marmota diga que vêm aí mais 6 semanas de inverno1, seja um mês com muitos espaços para aproveitar o sol. Como agora.
Planear a TBR
Com três leituras que ficaram por cumprir em janeiro (curiosamente foram três os livros extra-TBR que li…), a lista de livros para ler em fevereiro está mais humilde, para ver se dá para ainda terminar a de janeiro também:
Palavra do Senhor, de Ana Bárbara Pedrosa (desafio de autores para 2025)
Aquilo que o Sono Esconde, de Mafalda Santos (desafio de autores para 2025)
How to End a Love Story, de Yulin Kuang
Rapariga Ansiosa, de Rosa Silva
O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe (leitura conjunta do Clube do Livra-te)
Esta semana no daylight
Semana cheia, no blog e na vida:
Comecei por escrever sobre Heartburn, a minha primeira experiência a ler Nora Ephron;
McCartney: A Life in Lyrics foi um dos meus podcasts preferidos de 2024 e, agora que terminei a 2.ª temporada, dediquei-lhe uma publicação;
Escrevi sobre o último livro de 2024, Marcas Que Fazem Portugal, da Margarida Vaqueiro Lopes, o livro ideal para quem se interessa por branding e negócios;
Falei sobre a escolha de janeiro do The Characters Club, o *The Note,* da Zoë Folbigg;
E, por fim, recebemos fevereiro com as já habituais coisas que iluminaram o mês de janeiro.
A viver nas páginas de…
Aquilo Que o Sono Esconde, de Mafalda Santos
Vou ser honesta: ao contrário do que esperava (e disse), acabei por não pegar no Três, da Valérie Perrin, durante a semana passada. Pensei pegar nele ontem, sábado, mas fui surpreendida pela notificação de entrega antecipada de Aquilo Que o Sono Esconde, o mais recente livro da Mafalda Santos (sai nas livrarias amanhã, 3 de fevereiro). Comprei-o aproveitando a promoção da Bertrand, que oferecia outro livro da autora, e, como chegou mais cedo, acabei por o começar.
Li Enquanto o Fim Não Vem no ano passado e fiquei completamente louca com a narrativa. Obviamente, espero algo muito alucinado de Aquilo Que o Sono Esconde também. Neste novo livro da Mafalda, a sinopse diz:
Há fantasmas que são assim, enfiam-se por todas as reentrâncias da escuridão, esvoaçando entre e através de nós, ecoando nas nossas costas quando caminhamos sozinhos.
Jaime é um sombrio e solitário analista de seguros, especializado em processos de acidentes de viação. Como se o dinheiro saísse do seu próprio bolso, vive obcecado com o propósito de impedir que indemnizações sejam atribuídas aos lesados. Confrontado com a decisão judicial de pagamento de uma soma avultada a uma misteriosa mulher que sofreu um acidente, entra numa espiral de absurdidade e de autodescoberta.
Depois de um bizarro baile de máscaras, para o qual não tinha sido convidado, dá-se conta que perdeu a capacidade de dormir, embarcando numa odisseia surreal, feita num estranho estado de vigília que só terminará quando Aquilo que o Sono Esconde se revelar finalmente.
Coisas que iluminaram a semana
Recebi as digitalizações das fotografias que tirei com a câmara analógica!
Em outubro de 2023 decidi que ia tirar o pó à câmara analógica da minha mãe, comprada algures entre 1994 e 1995. Comprei um rolo e comecei a fotografar. A ideia era ser o rolo das fotografias dos meus 29, mas comecei a fotografar antes de fazer anos e acabei depois. Na semana passada fui revelar o rolo e recebi as digitalizações esta semana. Não ficava tão entusiasmada com fotografias com grão e desfocadas desde que o VSCO Cam e o Retrocam surgiram. Agora tenho de ir comprar o rolo dos 30.
Até para a semana,
O dia 2 de fevereiro é, nos Estados Unidos, o dia da marmota. A tradição manda que, neste dia, a marmota de Punxsutawney, na Pennsylvania, saia da toca e determine, com base na reação que tem ao ver a sua sombra, se vamos ter mais semanas de inverno ou primavera antecipada. Aparentemente em 2025 vamos ter mais seis semanas de inverno. Já que aqui estamos, recomendo o Groundhog Day, filme de 1993, com o Bill Murray e a Andie MacDowell.