217. a previsibilidade de domingo
Duas receitas, uma recomendação de substack, o Tiny Desk da Carminho e a francesinha do mês!
Domingos. Deitei-me muito tarde, acordei mais tarde. Lavar roupa. Limpar o quarto e a casa-de-banho, porque passei o sábado fora de casa, enquanto ouço O Amor É da semana. Pequeno-almoço a reler a newsletter. Arrumar a loiça que já está seca. Estender roupa. Fazer a cama. Escrever o que falta da newsletter. Não gostar de nada do que escrevi. Pausa para preparar as marmitas da semana. Mini maratona de É Tempo de Morangos como escolha de podcast da semana. Esta semana as marmitas são carne picada com cenoura e molho de tomate e azeitonas do Lidl, fusilli, batatas a murro e salmão no forno. Já falamos de comida ali em baixo, espera. Enquanto as batatas e o salmão vão ao forno almoço restos da pizza de sexta. Lavar loiça. Lavar dentes. Arrumar marmitas. Ver youtube na cama, com a tempestade lá fora. Pintar unhas. Fazer o Duolingo. Escrever duas reviews de livros. Não sei se não durmo uma sesta. Será que dá para escrever mais qualquer coisa? Tomar banho. Lavar cabelo, secar cabelo. Gosto de uma certa previsibilidade que existe nos meus domingos. É reconfortante. Mas não sei se alguma vez irei aprender a não sentir que o fim-de-semana escapa entre os dedos, qual areia fina.
Modo #masterchefcádosítio: on
Pôr a massa a cozinhar numa panela com água com sal e um fio de azeite. Ao mesmo tempo preparar a carne. Para a carne picada: refogar meia cebola picada em azeite, com uma cenoura picada, alho em pó, duas folhas de louro, pimentão doce e um caldo de galinha. Juntar a carne temperada com sal e mistura de pimentas. Quando a carne estiver quase cozida juntar uma concha de água de cozedura da massa. Deixar cozinhar até evaporar. Com a carne já cozida, juntar um frasco do molho de tomate e azeitonas. Juntar um pouco de água ao frasco para aproveitar o produto que fica agarrado às laterais. Mexer bem. Deixar levantar fervura. Voilà.
Para as batatas e salmão: lavar bem as batatas e cozer numa panela com água e sal, até estarem macias. Enquanto cozem, temperar o salmão com sal, mistura de pimentas e sumo de limão. Pré-aquecer o forno a 180º. Colocar uma folha de papel vegetal num tabuleiro de ir ao forno e regar com um bocadinho de azeite. Quando as batatas estiverem cozidas, escorrer e dispor no tabuleiro, com o salmão. Levar ao forno durante 20 minutos. Ao retirar tratar do murro às batatas. Antes murros em batatas do que em pessoas ou lá o que é. 🤣
E pronto, temos comida feita para a semana.
Esta semana no daylight
Semana pouco produtiva, mas que trouxe uma recomendação portuense:
Escrevi sobre o Subenshi, o restaurante onde comi o sushi que por aqui gabei na primeira newsletter do ano.
A viver nas páginas de…
Três, de Valérie Perrin
Depois de ter lido Breve Vida Das Flores no final de 2023, aguardava com muita expectativa um regresso à obra da Valérie Perrin, mas esse regresso ainda não se tinha proporcionado. Por ser uma autora de que ambas gostámos e a quem queríamos regressar, eu e a Andreia decidimos escolhê-la para o nosso desafio literário de 2025 e, por isso, como a Andreia já tinha lido este, cabe-me agora voltar à autora francesa para em fevereiro começarmos o nosso desafio em força.
Em relação ao Três as expectativas estão equilibradas e a sinopse diz:
Uma história em que a adolescência, a passagem para a vida adulta e as dores de crescimento nos mostram de que matéria é feito um dos mais profundos sentimentos da vida: a amizade.
Adrien, Étienne e Nina têm dez anos quando se conhecem na escola, em 1986. Rapidamente, tornam-se muito próximos, criam um laço fortíssimo e fazem um pacto: vão partir, juntos, para Paris e jamais se separarão.
Muitos anos mais tarde, em 2017, é encontrado um carro no fundo de um lago, no lugar onde os três amigos cresceram. Virginie, uma jornalista com um passado nebuloso, faz a cobertura do caso. Pouco a pouco, ela vai descobrindo o que aproximou aqueles três amigos. Que pessoas são, hoje, Adrien, Étienne e Nina? Qual é a relação entre este estranho acontecimento e a história de amizade que une os três?
Valérie Perrin regressa com um romance tocante em que, uma vez mais, consegue não só imprimir beleza às pequenas coisas da vida, mas revelá-la perante os nossos olhos.
É um mergulho nas águas tumultuosas - e tantas vezes turvas - da adolescência e, sobretudo, no tempo que passa e nos separa das pessoas que fomos então.
Recomendação aleatória da semana
Lista de Substacks Portugueses, do João Lameira
Sinto que, neste momento, o Substack está muito semelhante ao que a blogosfera foi há uns anos. Surgem muitos perfis novos, as pessoas têm vontade de seguir novas contas e há uma aura de partilha que torna a plataforma mais bonita. Uma prova disto é a lista do João Lameira, que escreve a newsletter Diga-se de Passagem, com vários (muitos!) substacks portugueses. Acho que a plataforma está em claro crescimento (já em agosto tinha falado de alguns motivos para isso) e esta lista mostra precisamente que haverá por aí substacks para todos os gostos.
Aproveito também para um novo agradecimento por me ter incluído na lista. O meu próprio substack tem crescido, embora eu o trate muito mais como uma newsletter comum, e fico contente por ter mais pessoas — e tão diferentes — a ler-me. Também me dão umas crises de síndrome de impostor, mas fingimos que não, está bem?
Tiny Desk: Carminho
Adoro ver o Tiny Desk Concert da NPR e, por isso, acabo por estar atenta a cada novo episódio. Desta vez, a artista escolhida foi a Carminho e o orgulho nacional fala um bocadinho mais alto nesta partilha. O Tiny Desk é um concerto acústico curto e este levou o fado até à NPR. Se alguma vez esperei ouvir a Marcha de Alcântara num Tiny Desk? Não, mas a vida às vezes é feita de boas surpresas.
Coisas que iluminaram a semana
Sessão da Rita na Biblioteca de Matosinhos.
Cada vinda da Rita ao Porto tem sido uma oportunidade de meter a conversa em dia, mas também de, muitas vezes, a ver em modo escritora. Desta vez, a Rita foi a convidada do mês do Encontro com Autores, um encontro mensal que acontece na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, por ocasião do Plano Municipal de Leitura. Juro que não é por ser minha amiga (não só, vá), mas gosto mesmo muito de ouvir a Rita falar sobre a escrita — dá-me um certo alento.
Francesinha do mês: Capa na Baixa.
Ora bem, temos a primeira francesinha do ano! A escolha de janeiro foi o Capa na Baixa e a sua bela Rainha do Capa. Ainda não sei como irei estruturar este desafio em modo publicação, por isso ficam as informações necessárias: é uma francesinha com bife coração de alcatra (que tem um sabor fabuloso), o molho é líquido (mas não demasiado) e picante no ponto certo (digo eu). O espaço é acolhedor e o atendimento simpático. Esta francesinha com ovo e uma dose de batatas ficou por 17,50€. Começámos bem o ano na rota das francesinhas.
Até para a semana,
"Gosto de uma certa previsibilidade que existe nos meus domingos. É reconfortante. Mas não sei se alguma vez irei aprender a não sentir que o fim-de-semana escapa entre os dedos, qual areia fina." Disseste tudo! 💛