[step into #1… maio]
Dar as boas-vindas a maio com uma rubrica mensal que surge em modo "se não encontras o conteúdo que gostavas de ver… faz tu"
Maio sempre me fascinou e a culpa é daquele mês de maio de dois mil e sete. Estava prestes a terminar o sétimo ano e era um daqueles dias em que está tanto calor e podemos andar de tops de alcinhas como se fosse julho — o meu era roxo, roubado ao armário da minha mãe. Naquela tarde de quinze de maio prestei atenção aos rapazes que iam no mesmo autocarro que eu — era a primeira vez que o fazia, pelo menos daquela forma. Não era a minha primeira paixão, mas levou-me ao que havia de se tornar o amor da minha vida: a escrita.
Aquele rapaz nunca me ligou nenhuma. No entanto, a (pré-)adolescente dramática que sempre houve em mim só precisava do incentivo certo para acreditar que era possível e esse incentivo veio na aula de Estudo Acompanhado dessa semana. O professor desafiou-nos a escrever um texto sobre qualquer coisa, real ou não, para depois lermos na aula seguinte. Eu decidi escrever uma espécie de fanfiction da realidade e facilmente enchi três páginas da história de amor incrível que não ia viver. Mal imaginava que, depois desse ano, maio havia de se ligar tantas vezes à minha escrita.
Maio é aquele mês que, mesmo longo, não deixa de ser agradável. Não é horrorosamente longo como janeiro ou tenebrosamente penoso como um outubro chuvoso. Maio é longo, mas é aquele longo que queremos que dure porque as horas de luz solar aumentam de dia para dia. Em maio apetece-me sempre sair de casa, ler em jardins, caminhar em parques, ver pores-do-sol, conduzir de vidros abertos enquanto dou um concerto privado no meu carro. Tudo me parece possível em maio e eu não tenho qualquer justificação para essa sensação, mas é presa a ela que decido que este é o mês ideal para lançar este spin-off da newsletter.
Maio, maduro maio, quem te pintou
Quem te quebrou o encanto, nunca te amou
Aquilo de que mais tenho sentido falta nos conteúdos que leio (digitais ou não) é a partilha das coisas mais mundanas da vida, aquela curadoria informal que antes víamos noutros blogs, ou até em revistas. As receitas a experimentar, as dicas que melhoram a nossa vida em casa, as atividades que podemos fazer independentemente do lugar onde estivermos no país… ou no mundo.
Achei que era a única a sentir falta de algo que soe realmente a um estilo de vida que seja real, atingível. Depois sentei-me num café na Boavista e, em conversa, a Inn começa a falar-me de uma newsletter que lê e de conteúdos de que tem sentido falta e eu fico a olhar para ela: como é que sabes que tenho pensado nisso?
É assim que dou por mim a escrever sobre maio e a torcer para que esta ideia se concretize de uma forma que considere satisfatória. E que ideia é esta? Todos os meses, no primeiro dia do mês, quero enviar um e-mail que seja prévia do mês e partilhar sugestões que te ajudem a aproveitar melhor o mês, a semana ou só os cinco minutos que passas a ler este texto.
Quero armar-me em curadora e fazer aquilo que sempre gostei de fazer e deixei de lado: fazer conteúdos de lifestyle. Esta é a primeira tentativa.
Para maio…
Uma receita
Maio é mês de cerejas e tenho de admitir que, embora não seja uma fruta que devoro, é uma fruta em que penso sempre nesta altura. Só adulta notei que há um período de espera pelas cerejas. Primeiro as cerejeiras cobrem-se de flores, depois, aos poucos, vão ficando só com folhas e é mais tarde que começamos a ver as primeiras cerejas. As cerejas nunca são só para nós. Temos de as dividir com os pássaros, que, muitas vezes, encontram mais rapidamente as melhores cerejas. Mas já foram tantos anos passados de balde na mão a apanhar cerejas que a prática permite encontrar algumas cerejas, bem vermelhas, bem saborosas. Quando há muitas, dá vontade de fazer uma das minhas receitas favoritas: clafoutis. Este, de cereja, nesta receita da Filipa Gomes.
Um livro
O novo livro da Rita da Nova, Apesar do Sangue, sai no dia 7 de maio. Tive o privilégio de o ler antecipadamente e tornou-se logo um dos meus favoritos. Apesar do Sangue é uma daquelas histórias carregadas de tristeza e melancolia de que tanto gosto, com uma construção de personagens envolvente e marcante, onde a escrita da Rita se supera e atinge uma maturidade e uma beleza que surpreende. Desculpem, mas a Rita atingiu um patamar diferente. A beleza da escrita, as personagens tão complexas e tão realistas, os pormenores das metáforas tão habituais na Rita…
Uma música
A primavera trouxe um novo álbum da rapper Capicua, Um Gelado Antes do Fim do Mundo, e, de facto, acho que é um álbum muito primaveril. Tem muitas mais melancólicas, dignas dos dias de chuva que ainda enchem a primavera, mas também tem músicas que remetem para dias longos de sol, passados entre flores e campos verdejantes. Uma dessas músicas é Ao Ocaso, que conta com a participação do Toty Sa’Med.
Uma atividade
Uma das coisas que mais quero fazer este mês é aproveitar os dias longos para caminhadas ao fim do dia. Para mim, isto significa ir para parques perto de casa, como o da Asprela ou o de São Roque, mas para ti pode significar ir para o parque da tua cidade ou simplesmente passear pelas ruas da tua terra. É pôr protetor solar e ir aproveitar umas doses de vitamina D.
Um dica de beleza
Embora não seja algo com que me identifique, o inverno é, tipicamente, uma época em que, por vezes, negligenciamos os cuidados com a pele. Depois, vem a primavera e quase que nos obrigamos a untar a pele de hidratantes. Nesta altura é ainda mais importante proteger a pele e mantê-la hidratada. Para mim, que uso maquilhagem praticamente todos os dias, ter um protetor solar que seja fácil de reaplicar sem estragar a maquilhagem. No ano passado, por altura da The Eras Tour, recomendaram-me a bruma Ambre Solaire Sensitive Advanced e, desde aí, tornámo-nos melhores amigas.
E, já que falamos de produtos de pele, deixo um artigo da Marta, d’A Pele que Habito, que fala sobre rotina de pele na primavera, com recomendações de produtos a utilizar nesta altura — incluindo protetor solar.
Um produto para casa
Coisas de que não sinto falta desde que deixei a Maia para viver no Porto: uma casa cheia de humidade e bolores. No entanto, há muitas casas que ainda têm este problema e nesta altura do ano era quando eu costumava fazer a limpeza mais a fundo e, se também aproveitas esta altura para limpezas, tens de conhecer o Cilit Bang Bolor & Sujidade. Sendo um produto químico, recomendo usar com precaução e arejar bem as divisões da casa durante a limpeza, mas acredita que resulta.
Um lembrete
Se ainda não o fizeste, aproveita o mês de maio para fazeres a entrega do IRS. Quando estiveres a entregar não te esqueças de preencher a alínea correspondente à consignação. É 1% que não te sai do bolso, mas que fará toda a diferença na instituição que decidires ajudar. Se tiveres dúvidas sobre como funciona o IRS, o Doutor Finanças, o meu site preferido para aprender, tem uma série de artigos dedicados ao tema.
Vemo-nos em junho?
Também tenho saudades de recomendações ad hoc, gosto da ideia de um formato só para isso!
Eu adoro recomendações! E tenho feito em todas as minhas newsletters mas o formato mais aproximado deste que partilhas aqui só faço no Breviário que aparece no fim das minhas retrospectivas do mês. Obrigada pelas recomendações!